sexta-feira, 22 de março de 2024

Poema de Edu Planchêz Maçã Silattian, o bardo elétrico místico selvagem

 ***


bem aqui na área donde minha mulher canta, 

eu canto com ela e com "as loucas da água de sal"

( para conversar com o parceiro léo mandi ),

para viver no flutuar das gaivotas 

nos ares do mar da cidade do rio de janeiro


e vou bem além dos limites dos mapas 

aqui de nossa casa de plantas lindas, 

de quadros e gravuras, de sapatos e roupas,

minhas e de minha adorada esposa


lembrando aqui dos cavaletes que Diego El Khouri

e salvador dali fincaram nas fronteiras da terra,

nas fronteiras siderais do que não é tempo,

do que não podemos dizer com palavras,

com palavras cravejadas de jóias,

cravejadas de sentimentos inexplicáveis a olho nu,

há de se usar um telescópio, um microscópio,

uma antena de captar sons de partículas da cor grená,

umas latas de cerveja vagabunda e a maconha perfumada...


falamos tudo isso porque respiramos da noite... 

e da agora tarde...

a chegada dos ventos da anunciada chuva,

que segundo meteorologia por multiplicada nas telas, 

nos sons e nos papéis, muitos raios,

e eu adoro raios,

desejo que Diego El Khouri replique,

responda, arrombe esses escritos

com os escritos que ora escrever

para dialogar com esse escrito,

com o escrever






terça-feira, 5 de março de 2024

200 PÁGINAS FINALIZADAS de uma HQ punk, escatológica, crítica e violenta!!!!


-----------------


HQ XXI

Roteiro e desenho: Diego El Khouri

EDITORA MERDA NA MÃO

* Publicando os impublicáveis *


------------------


A ÓPERA DA DESGRAÇA





Por: Diego El Khouri


O trabalho artístico numa sociedade calcada nos pilares competitivos e sanguinários do capital não tem muita relevância. O suor derramado no processo criativo e hemoglobina despejada de almas ousadas e anti convencionais são porradas nos estômagos higiênicos de gente careta e reacionária. "A moral é a fraqueza do cérebro", já dizia o vagabundo Rimbaud. 



Eis, portanto, que a HQ XXI chega em seu momento derradeiro. Finalizada hoje 200 páginas (roteirizadas e desenhadas) de uma arte sequencial (usurpando um termo do Will Eisner) transgressiva e sem limites. 



São pequenos contos em forma de história em quadrinhos. Mas os capítulos, em muitos casos, tem relação direta . É uma grande novela fragmentada: texto direto/curto/podre/sujo  como um som punk numa sutil teia poética e visceral. A influência do impressionismo alemão, a contracultura  como força imagética, a vivência periférica  e marginal, a influência emburrecedora dos reality shows, o movimento teocrático mundial, a ascenção e fortalecimento do fascismo, a social democracia e sua roupagem progressista mas com ações neo liberais, a experiência trágica da pandemia, o futuro como repetição do passado... São combustíveis desse trabalho.




Começo essa HQ em Janeiro de 2019, início do governo fascista, numa disciplina sobre quadrinhos na Faculdade de Artes Visuais da UFG ministrada pelo artista multimídia Ciberpajé (o primeiro capítulo desenhei durante esse período). Atravessei esses anos produzindo esse trampo (com longas pausas devido a produção de outros projetos da Editora Merda na Mão, como por exemplo, a HQ O Filósofo da Maconha) de forma visceral e totalmente entregue. Os detalhes da execução  desse trabalho artístico (roteiro, estética, elementos simbólicos...) dariam várias e várias páginas de explicação, mas quero me atentar agora apenas nessa informação importante: 

200 PÁGINAS DESENHADAS E  FINALIZADAS .




Agora vamos para o processo de revisão e organizar as ordens do capítulo (importante parte da caminhada). Penso nesse álbum como um disco musical. A ordem das "faixas" ou capítulos são importantes: elas podem potencializar ou enfraquecer o resultado final.



Depois digitalizar o bagulho, diagramar e enfim... A impressão!



Esse quadrinho vai deixar muita gente de cabelo em pé!


Email para contato: editoramerdanamao@yahoo.com



                     As chagas do século sinistro



Ah, falta ainda a capa e a contracapa. 


A história se passa em um lugar fictício (nem tanto assim) chamado PLASIL.



Mais informações aqui: