segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Dina

 



Título: Dina

Técnica: Óleo sobre papel

Dimensões:  420 x 297 mm

Artista: Diego El Khouri

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

o artista plástico e pesquisador Nonatto Coelho sobre a arte de Diego El Khouri e seus desdobramentos

 Por: Nonatto Coelho


Mórbido, como deve ser a pintura de um jovem que tem o inconformismo correndo nas veias. Vejam vocês a verve expressionista desse destribalizado, trânsfuga, passageiro de uma nau sem porto e sem pátria...
Sua pintura tem um "anamorfismo" tipicamente do visionário que interpreta o mundo com suas próprias visões, muito particular..., esses seres iluminados estão espalhados por todos os continentes, eu os vi desde Israel, Holanda, Alemanha e especialmente no leste Europeu, acredite, são religiosos apesar do niilismo militante da tribo. Para mim, Deus prefere eles do que os "igrejeros". Nietzsche provavelmente teria observado de perto essa rebeldia construtiva ( do bem) e teria abençoado seu comportamento e sua Iconografia trêmula de cores dark, foncé, onde só se percebe a luz se ela astiver dentro do espectador...estou falando da pintura do Diego El Khouri.
Goiás ainda não sabe ler na paleta cromático formal, as crônicas secretas, escatológicas de artistas desse nível de desprendimento. Bom pra Diego El Khouri ,que pode mandar às favas o stablishment e pintar sem que ninguém tenta dizer o que ele deve pintar, dizer ou falar.
Arte de verdade, necessita de liberdade e ousadia.
Abraço fraterno, jovem pintor.
Nonatto Coelho.
Artista e pesquisador.








Alguns desdobramentos via internet sobre essa postagem do Nonatto Coelho:

Diego El Khouri: Que phoda ler essas palavras de um grande artista como vc (e nesse grande não há a costumeira indução social que estamos todos atrelados em níveis diferentes de superioridade ou interioridade)!! Bem jovem eu ouvia os rumores de um artista de Inhumas e que colocou o pé no mundo a la Jack Kerouac e anos depois estávamos nos comunicando artisticamente. Na ocasião eu estava morando no Rio de Janeiro e essa viagem de ácido chamada internet possibilitou esse contato. Assim que voltei vi um movimento artístico efervescente e passamos a nos comunicar de maneira mais próxima. Agora são 1:48 da madrugada, uma noite de febre criativa (como tantas outras) e ler isso tudo (ainda mais para um outsider da galáxia de parnaso como eu) é realmente é um jato de ânimo para continuar nesse labiríntico ofício das artes. Gratidão, poeta das múltiplas cores.

Nonatto Coelho: Vc é exemplo para a nova geração meu brother Diego El Khouri : leitor contumaz, inoculado por uma renitência despida de fantasia epidérmica, não podia ser diferente para um "porra louca" munido de cultura "bíblica ", digo enciclopédica.
Estamos juntos meu amigo, porque hoje, na minha segunda juventude eu descobri que não existe ninguém maior ou menor do que ninguém, mas vc constata, confirma isso pra si e para os multiversos, ainda no limiar de seus verdes anos...
Nós sabemos que arte não necessita de vaidades, antes disso é expressão da verdade subjetiva de cada demiurgo, mano.
Não reclamo de nada, as vezes falo em público apenas o que sinto (o que nada mais é a minha visão pessoal plasmada na minha memória afetiva, ou não); nas "escamas" sociais desse Estado displicente, o novo é resistido nas mentes refratárias de um arcaísmo atávico das capitanias hereditárias
🤣🤣🤣🤣😳😳😰😰😭😭😭
. Por assim ser, o ambiente é um cadinho fértil ao campo da arte que pulsa, pois é sabido que essa dádiva de Deus, necessita de sacrifícios, de fé acima de qualquer outro ofício advindo dos efluvios espirituais 
🥰
.
Divaguei de novo, acho que é porque o final do mês de agosto. A lua 
🌙
 também ajuda...,mas o que vale dizer aqui é: continui quebrando paradigmas inúteis (derrubando as portas) amigo Diego.
Como disse um poeta amigo meu na Grécia, "eu nasci, existo, portanto não posso ter medo da vida, posto que o fim é inexorável"; lacrou.

Rodrigo Lima: Diego El Khouri é amigo, é real, é prático, é simples, é artista nato, é sensível...já pedí para ele fazer um acrílico sobre tela com a temática - jarro com flores, ele fez um trabalho digno de grandes mestres...por isso a 588 Art Show abraçou esse artista desde o início e nossa casa é sempre bem-vinda a ele. Meu amigo  posso dizer isso com toda certeza.


Título: Flores
Técnica: óleo sobre tela
Dimensões: 50 x 40 cm
Artista: Diego El Khouri
 
Nonatto Coelho: Original Diego El Khouri!

Alessandra Teles: A pintura de Diego El Khouri é instigante.


Nonatto Coelho: Essa obra do artista Dipaiva, a princípio partiu da ideia de flores, no conceito dele seria flores em uma terra árida...😳
Eu vejo nessa pintura, além de uma composição abstrata, uma epiderme coberta por feridas, a tela é de 1996 (coleção particular)...hoje o artista está recluso em uma casa de recuperação, e esse grande artista está ferido na alma. Recolhido em uma solidão existencial e mórbida.
Essa tela ( que na verdade foi uma fase de Dipaiva, com dezenas de quadros no gênero), me veio à cabeça, lendo um post do art dealer Rodrigo Lima , contando que uma vez encomendou uma pintura de flores para um artista, o outsider/engajado Diego El Khouri, e esse teria pintado algo singular, tipicamente do estilo do mesmo..., daí me lembrei, que certos artistas podem até produzir por encomenda, mas dão uma visão toda particular, subjetivista que não raro surpreende os amantes da arte.
Moral da história: quando alguém pinta flores, muitas vezes as flores servem mais para o pensamento crítico filosófico, do que agradar a retina. Conhecendo o trabalho de Diego e Dipaiva (poderia até ser uma dupla artística), eu imagino que suas flores, não tem apenas cheiros, mas espinhos🥰!


Diego El Khouri: Que foda! Conexões! Vc conhece a alma de nós artistas mórbidos e combativos!

Nonatto Coelho: Diego El Khouri, somos "psicoanalistas" da mesma galáxia, meu brother! tamos juntos

Rodrigo Lima: Coisas da alma

Edinaria Beltrão: Belos trabalhos!

Rodrigo Lima: Diego El Khouri, tela maravilhosa, rapidamente vendida na sua primeira exposição individual na 588 Art Show. Quem o conhece sabe quem é o autor dessa obra.


Diego El Khouri: Rodrigo Lima, , não foi minha primeira exposição individual. Antes dessa outras aconteceram. Mas na 588 Art Show foi inesquecível! Vc é um dos poucos que tem real compromisso em fomentação da arte e cultura no estado de Goiás (eu sempre escrevo estado minúsculo por desprezar essa "instituição").

Rodrigo Lima:  realmente não foi sua primeira, mas foi a minha primeira exposição na galeria 588 Art Show e tendo você para abrilhantar nosso espaço, com vendas para Londres e para locais...e depois mais encomendas para fora...foi sucesso!!!! Fiquei muito feliz!!!

Diego El Khouri: Foi uma experiência maravilhosa!

Nonatto Coelho: Diego El Khouri, vc deve conhecer a vida tribulada e a obra maravilhosa de Chaim Soutine! O trabalho de vcs tem certa correlação. O cara nasceu na Bielorrússia e morreu em Paris.




Diego El Khouri: conheço bastante Soutine. Um dito desses artistas loucos! Conheci esse pintor expressionista através de Modigliani.

Rodrigo Lima: Nonatto Coelho de Oliveira,  eu vejo um Diego El Khouri sentado dentro no fundo do vaso translúcido, usando uma calça cor de sangue, com seu mentor ao lado. Essa textura, essas cores de sangue características, o amarelo das flores iluminando o fundo sombrio...tudo muito original...o que vc vê?

Diego El Khouri: Rodrigo Lima, a artista plástica Nua Estrela comentou certa vez que vê múltiplas imagens dentro desse vaso de flores.

Nonatto Coelho:  pintura pura, emoção à flor da tela, literalmente!

Rodrigo Lima: Os sentidos íntimos do espectador que atravessa o criador e o processo de  criação... 

terça-feira, 21 de setembro de 2021

O sr. K visita o laboratório

 Por: Monique  Brito


Era tarde da noite quando K. chegou. (...)
Ele permaneceu longo tempo sobre a ponte
de madeira que levava da estrada à aldeia
com os olhos erguidos para o aparente vazio.
O Castelo, Franz Kafka

quando o Sr. K chegou deparou-se com a porta
principal da faculdade fechada. franziu a testa
mas não se impôs dificuldade; buscou
uma janela entreaberta e pulou

lá dentro, o calor intenso perturbava o juízo
não se via nada a poucos metros de distância
a fumaça colorida ocupava tudo

enxergava-se apenas à medida que se adentrava
nos espaços. as aulas já haviam começado
encontrava-se alguns alunos aqui e ali, sentados
nas cadeiras dispostas ao longo dos corredores

ele andava com dificuldade e procurava
algum sinal do lab. finalmente o encontrou
leu a placa LabQuiFic
— Laboratório de Química Ficcional —
e entrou

por muito tempo deteve-se no primeiro passo
a olhar as bancadas, a capela de exaustão
os armários que guardavam os produtos químicos
mortais, muitos livros de ficção e poesia espalhados
e a fotografia de Oriovaldo Piragibe na parede

até que se deu conta de Artur e Jeremias
sentados em bancos, com os jalecos manchados
de suor. olhavam a professora que guardava na
geladeira uma placa de Petri em que se lia
*linhagem celular contínua de Agustinia ligabuei*

sentiu-se em casa, bateu palmas e sorriu 




Título: O Sr. K Visita O laboratório
Técnica: óleo Sobre Papel
Dimensões: 297 x 210 mm
Artista: Diego El Khouri